És um daqueles alunos para quem ler um livro habitualmente é "uma seca"? És daqueles que só lê por obrigação?
A sugestão de leitura apresentada esta semana é para alunos para quem a leitura não faz regular
e inequivocamente parte das suas vidas. É para
aqueles que leem por obrigação. É para
aqueles a quem falta a vontade e a motivação. Para aqueles que habitualmente se
queixam que ler um livro demora muito tempo. Para todos estes sugerimos a
leitura de contos. São histórias com uma extensão mais curta, com uma ação muito
simples, normalmente decorre num tempo reduzido e tendem a ter poucas
personagens. Os contos são como “fast
food” – de consumo rápido e muito “saborosos”. A diferença é que têm muita qualidade!
A sugestão da Biblioteca Escolar para alunos de 9.ºano
é a leitura do livro Contos, de Eça
de Queirós. Contém apenas três histórias, sendo que uma delas já conheces das
aulas.
A Aia é um conto sobre uma
ama que amamenta um príncipe. Este conto retrata valores como a lealdade e a
fidelidade. Começa com o rei derrotado e morto após uma batalha. A rainha desolada tenta fazer de tudo para criar o seu filho. Contudo,
o tio da criança, o irmão bastardo do rei, um homem tenebroso e sombrio, está
ansioso por se sentar no trono e disposto a tudo para consegui-lo. Uma noite,
depois de embalar o príncipe, a aia deitou-se e adormeceu. Mas rapidamente
acordou com o barulho dos passos do tio bastardo acompanhado da sua horda, que
vinha para matar o príncipe. O seu filho, que nascera na mesma noite que o
príncipe, dormia num berço de verga ao lado do mesmo. Num movimento rápido, ela
troca os bebés salvando o seu futuro rei à custa da vida do seu filho. A rainha
apercebendo-se daquilo que a aia tinha feito agradece-lhe, prometendo dar-lhe
todas as riquezas. No final a aia pega num punhal cheio de esmeraldas que
pertencia ao tesouro real e diz: - Salvei o meu príncipe - agora vou dar de
mamar ao meu filho!
Este conto conta-nos
a história de um homem chamado Obed, rico em terras e gado. Mas um dia as suas vinhas
secaram e os seus rebanhos morreram à fome. Obed, que já tinha ouvido falar dos
milagres de Jesus, mandou um exército procurá-lo.
Eles procuraram-no por todo o
lado, mas não o encontraram.
Outra situação parecida aconteceu com um homem chamado Públio
Sétimo, um centurião romano que comandava um forte e que tinha uma filha a morrer.
Mas nunca Jesus apareceu.
Um dia uma viúva que tinha um filho aleijado ouviu falar de Jesus
e os seus milagres. A criancinha pediu e pediu à mãe que lhe trouxesse Jesus mas
ela explicou-lhe que se nem Obed, nem Públio Sétimo, que eram homens ricos e poderosos,
o conseguiram encontrar, ela não teria hipóteses nenhumas. Nesse momento entrou
Jesus dizendo: – Aqui estou!
Civilização
Neste conto é narrada a vida de Jacinto, um homem novo e
culto que vivia luxuosamente, rodeado dos mais sofisticados e recentes inventos
e das mais belas obras-primas da literatura. De facto, Jacinto era um homem
sempre aborrecido, desanimado e entediado, apesar do luxo em que vivia. Era o
protótipo do homem civilizado mas também da infelicidade. Tudo havia de mudar
quando o protagonista decide ir passar uma temporada bem longe da civilização.
Jacinto tenta superar o isolamento enviando para aí todos os equipamentos
técnicos e demais apetrechos que julgava indispensáveis a uma vida civilizada e
luxuosa. Contudo, ao chegar, apercebe-se que os caixotes enviados não tinham
chegado e que a nenhuma da suas ordens, relativas à realização de obras na
casa, tinha sido cumprida. Inicialmente desmoralizado e ainda mais pessimista
com tamanha "tragédia", Jacinto é, subitamente, invadido e
transformado pela beleza e simplicidade da vida campestre. E vai ser assim,
longe da civilização, dispensando os exageros do luxo, que Jacinto redescobre o
prazer e a alegria de viver.
É um conto que combina o fantástico, o terror e a comédia numa trama tão genial, que nos diverte e nos leva a refletir sobre alguns valores da vida!
Boas leituras!




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